20. Capitão Phillips (Captain Phillips; EUA), dirigido por Paul Greengrass
Um filme que marcou dois retornos: o de Paul Greengrass à direção de um thriller baseado em histórias reais e o de Tom Hanks às grandes atuações. Ainda que menos tenso que seus dois grandes filmes (Voo 93 e Domingo Sangrento), Greengrass ainda demonstra talento em uma narrativa eletrizante - auxiliado por um Hanks que brilha nos minutos finais da trama.
19. Blue Jasmine (idem; EUA), dirigido por Woody Allen
Woody Allen se reinventa nessa história trágica sobre uma mulher medíocre que se vê forçada a recomeçar a vida depois que seu marido milionário (e vigarista) é preso. Um estudo de personagem raro na carreira do diretor, que mistura crise econômica com Um Bonde Chamado Desejo. A atuação sobrenatural de Cate Blanchett só não é a melhor do ano porque em 2013 também tivemos uma francesa chamada Adèle.
18. Um Estranho no Lago (L'inconnu du Lac; França), dirigido por Alain Guiraudie
Um suspense com elementos de Alfred Hichcock - voyeurismo e conflitos morais - sobre homens solitários em busca do prazer. Também uma metáfora sobre a vida de muitos homossexuais, forçados pela sociedade preconceituosa a se esconder como se sua existência fosse um crime em si. Mais que um "filme gay", Um Estranho no Lago é cinema de grande qualidade.
17. A Bela que Dorme (Bella Addormentata; Itália), dirigido por Mario Bellocchio
Bellocchio faz uma profunda análise sobre a eutanásia e discorre sobre o direito de escolha e as liberdades individuais. Mais do que um filme sobre a morte, A Bela que Dorme é uma obra sobre como lidamos com a nossa vida. Uma obra humanista sobre as escolhas individuais e as diferentes maneiras de aceitar a morte.
16. A Caça (Jagten; Dinamarca), dirigido por Thomas Vinterberg
Primeiro trabalho relevante de Vinterberg desde que apareceu para o mundo há mais de dez anos com o já clássico Festa de Família, A Caça traz Mads Mikkelsen como um professor acusado de pedofilia. O filme traz as consequências de um clima de caça às bruxas e o quanto uma falsa acusação pode marcar para sempre a vida de uma pessoa.
15. A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty; EUA), dirigido por Kathryn Bigelow
Bigelow e o roteirista Mark Boal fizeram um trabalho de pesquisa extenso para contar com detalhes a caça a Osama Bin Laden. Sem fugir da polêmica, com um estilo que mistura documento com thriller, a diretora mais uma vez demonstrou talento nas cenas de ação e de suspense. Mas foi o retrato de um país com políticas contraditórias e ações moralmente questionáveis que tornaram A Hora Mais Escura um filme que a ser visto e debatido.
14. Amor Bandido (Mud; EUA), dirigido por Jeff Nichols
Apesar do péssimo título nacional, Amor Bandido não é um romance, mas uma história de crescimento, centrado em dois garotos que conhecem um estranho indigente e com ele criam uma forte ligação. Um filme sobre amadurecimento que parece saído dos anos 1980 e que mostram que Jeff Nichols - do também excelente O Abrigo - é um nome para ser observado.
13. Cesar Deve Morrer (Cesare Deve Morire; Itália), dirigido por Paolo Taviani e Vittorio Taviani
Os veteranos diretores italianos apresentam um documentário que mistura ficção e realidade, acompanhando um grupo de presidiários - alguns deles condenados a penas duras por crimes como assassinatos - durante os ensaios e a encenação da peça Julio Cesar, de Shakespeare. A partir daí, o filme surpreende ao mostrar que mesmo indivíduos capazes dos atos mais bárbaros e violentos também podem possuir tamanha sensibilidade artística - e podem ter uma segunda chance na vida dentro de um sistema prisional que os respeite como seres humanos.
12. Indomável Sonhadora (Beasts of the Southern Wild; EUA), dirigido por Benh Zeitlin
O filme que revelou o diretor Benh Zeitlin e a atriz Quvenzhané Wallis foi a grande sensação do cinema independente norte-americano de 2012 e surpreendeu com várias indicações ao Oscar. Uma obra sensível e lírica sobre os sonhos infantis mesmo nas piores das realidades.
11. A Grande Beleza (La Grande Bellezza; Itália), dirigido por Paolo Sorrentino
Sorrentino se inspira em Fellini para fazer uma crítica ácida a uma Itália que parece ignorar o seu passado de berço cultural, surgindo como uma caricatura povoada por indivíduos de meia-idade egocêntricos que vivem uma vida medíocre e patética entre um e outro "bunga bunga" berlusconiano.
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