quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Filmes da semana

Os Mercenários, de Sylvester Stallone
Pode um filme valer por uma cena? Os breves cincos minutos em que Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis dividem a tela em Os Mercenários já se tornaram antológicos pelo fato de reunir três lendas do cinema de ação dos anos 80. Difícil não se divertir com as piadas e as referências à carreira dos próprios atores. Mas a graça do filme termina aí.
No mais, temos os velhos clichês dos gênero: muitas explosões, tiroteios, uma mocinha bonita e indefesa, além de, claro, um ditador latino-americano. Só resta mesmo a curiosidade de ver os nomes consagrados dos filmes de ação juntos, por mais que o longa nem faça jus a tanto glamour. 

A Hora do Pesadelo, de Samuel Bayer
Uma sugestão a Hollywood: ao invés de gastar milhões produzindo uma refilmagem infinitamente pior que o filme original, não seria melhor resgatar o longa de 1984 e levá-lo novamente aos cinemas? Vejamos: o Freddy Krueger original era muito mais divertido, insano e sádico que essa coisa sem graça interpretada pelo Jackie Earle Haley. E querem mesmo comparar o mestre do terror Wes Craven com o novato Samuel Bayer – que tem no currículo só meia dúzia de clipes de Metallica e Green Day?
Além disso, seria muito mais fácil vender o filme como “estreia de Johnny Deep” do que “protagonizado por Kyle Gallner” (quem?). Ajudaria, nesse caso, a dizer para os mais novos o porquê de Krueger ter se tornado uma figura icônica do cinema de horror e não apenas mais um vilão besta que persegue adolescentes chatos. Exatamente o que é mostrado nessa refilmagem sem graça – e sem sustos.

O Último Mestre do Ar, de M. Night Shyamalan
Dizer que Shyamalan atingiu o fundo do poço já se transformou em um clichê. Até porque não podemos duvidar da habilidade do cara em sempre fazer um filme pior. O Último Mestre do Ar é tão ruim que nem sei por onde começar. Seria pela história confusa, sem pé nem cabeça, que a todo momento abandona personagens para trás e não explica conceitos básicos? Ou pelos personagens mal desenvolvidos e sem o menor de carisma? E o que dizer de Dev Patel, atuando pessimamente desde Skins?
Shyamalan pelo menos sempre foi um bom diretor de suspense. O problema é que O Último Mestre do Ar não pertence a esse gênero. E ao invés de seguir a cartilha básica dos filmes de fantasia, o cara resolve inventar: como explicar as sequências de ação filmadas em longos planos, extremamente mal coreografadas e confusas? Será que Shyamalan – que chegou a ser comparado a Hitchcock – quer se tornar o novo John Woo com tantas câmeras lentas? Se essa era a intenção, ele não conseguiu chegar perto nem do Zack Snyder (aquele de 300 e Watchmen e que também adora esse recurso).

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