quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Invictus



A última década foi bastante fértil para Clint Eastwood. O veterano ator/diretor fez em seqüência alguns de seus melhores filmes (Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro, Cartas de Iwo Jima, Gran Torino), além de levar seu segundo Oscar de direção, por Menina de Ouro. Provando estar em um momento bastante produtivo em sua carreira mesmo aos 79 anos, chega nesse fim de semana aos cinemas brasileiros o terceiro filme do diretor no espaço de um ano.

Invictus pode ser considerado um filme menor na carreira de Eastwood, abaixo daqueles citados acima – e de Os Imperdoáveis, clássico maior do diretor. Ainda assim, é um bom filme. O longa retrata a importante fase da história da África do Sul, logo após o fim do apartheid e a eleição de Nelson Mandela (Morgan Freeman) a presidente. Para tentar unir o país e abrandar o histórico preconceito entre negros e brancos, Mandela se alia ao capitão da seleção sul-africana de rugby , François Pienaar (Matt Damon), em busca da conquista da Copa do Mundo realizada no país.

Eastwood já começa o filme retratando bem o sentimento de hostilidade racial existente no país. Logo na primeira sequência vemos jovens negros jogando futebol em um campo de várzea, em contraponto aos ricos brancos em seu clube de rugby com um gramado verde impecável. O medo de um atentado contra o presidente também é bem retratado, demonstrando o clima tenso que existia no país durante aquele período. Infelizmente, o diretor não tem o mesmo sucesso nas cenas das partidas, já que os planos muito fechados e uma edição pouco elegante tornam tudo muito confuso e enfadonho, principalmente para aqueles que não estão familiarizados com o esporte.

Talvez exatamente pensando nessa adaptação àqueles que não acompanham rugby o roteiro de Anthony Peckham muitas vezes siga um caminho bastante didático, para não dizer expositivo.  A direção também se equivoca ao filmar praticamente toda a partida final em câmera lenta – se a princípio poderia ser uma boa escolha, o fato de a cena se estender demais torna a experiência repetitiva e bastante piegas (uma falha que Eastwood cometeu em outro filme recente, A Troca).

Contando com uma ótima atuação de Morgan Freeman, que retrata muito bem as convicções e o desgaste físico e psicológico de Mandela no cargo, Invictus talvez agrade mais aos fãs de rugby, já que o filme mostra em ação o lendário ex-jogador neozelandês Jonah Lomu (interpretado pelo ator Jak Feaunati). E mesmo com algumas falhas narrativas, Clint Eastwood ainda demonstra energia para continuar produzindo filmes em sua brilhante carreira.

Invictus (2009) - Direção: Clint Eastwood; Com Morgan Freeman, Matt Damon, Tony Kgoroge, Patrick Mofokeng, Matt Stern, Julian Lewis Jones, Adjoa Andoh, Marguerite Wheatley, Patrick Lyster, Jak Feaunati.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O recorde de Avatar e o futuro do cinema


Ninguém é páreo para o Avatar de James Cameron - pelo menos em termos de bilheteria

A notícia já é velha: no início desta semana, Avatar superou Titanic como a maior bilheteria de todos os tempos no mundo (o filme de 97 ainda lidera nos EUA - por enquanto). James Cameron superou todas as expectativas e alcançou o que parecia impossível, superando seu próprio recorde. Os números são ainda mais expressivos se consideramos que Titanic ficou cerca de 10 meses em cartaz até atingir a marca de US$ 1.843.201.268 arrecadados. Avatar precisou de 41 dias para superar este número - que hoje é de US$ 1.878.025.999.

Uma das explicações para a arrecadação recorde de Avatar é o preço dos ingressos mais caros para filmes em 3D ou no formato IMAX. Segundo o site Box Office Mojo, especializado em bilheterias, 72% dos US$ 1,32 bilhões arrecadados no planeta (sem contabilizar o mercado norte-americano) provém dos ingreços para sessões 3D. Além disso, a expansão do mercado chinês - reponsável por mais de US$ 103 milhões, atrás apenas da França e dos EUA - ajudou também a atingir a marca.

A nova marca de Cameron deu uma grande animada na indústria do cinema, que agora tem um trunfo na manga para combater a pirataria e trazer de volta o público à sala escura. A Warner acaba de anunciar que os próximos dois filmes da série Harry Potter serão adaptados ao 3D. O mesmo caminho deve seguir a nova franquia do Homem-Aranha (dirigida por Mark Webb, de (500) Dias com Ela) e todos os próximos grandes lançamentos de Hollywood. E até animação de Ivete Sangalo vai contar a com a nova tecnologia.

Muito se tem falado se esse pode ser o futuro do cinema. Ainda é cedo para se dizer qualquer coisa. O próximo grande lançamento nos cinemas 3D é a versão de Alice nos País das Maravilhas de Tim Burton, com estréia marcada para 16 de abril. Até lá, Avatar já pode ter ultrapassado a marca de US$ 2 bilhões arrecadados. Revolução ou não, o filme de James Cameron já garantiu seu lugar na história do cinema.

Começo

Já tinha vontade de criar esse blog faz tempo, mas foi preciso um tempo de gestação para que ele finalmente saísse da minha cabeça para existir virtualmente. O assunto aqui é cinema e tudo o que tem a ver com a sétima arte. Uma vez ou outra eu posso fugir do tema, já que muitas coisas me interessam, mas pretendo focar mais na sétima arte. Prometo!

Os posts podem escassear de vez em quando, já que esse blog é muito mais um passatempo, um prazer do que necessariamente uma obrigação. Vou tentar conciliar trabalho, estudos, família e isso aqui. Espero conseguir.

De mais, vamos lá. Bem-vindos, ao Super Oito - e meio.