terça-feira, 1 de março de 2011

E no Oscar 2012?

Se o ano no Brasil só começa depois do carnaval, para o cinema norte-americano ele só se inicia mesmo após o Oscar. Encerrada a temporada 2011, já se começa a prever quais serão os indicados do ano que vem. Tentando fazer um exercício de futurologia e olhando alguns lançamentos deste ano, o blog traz alguns prováveis nomes que devem estar na festa em 2012. Claro que até lá muita coisa pode (e deve) mudar, favoritos cairão e surpresas aparecerão. Mas conhecendo a Academia, não custa nada apostar.


A Árvore da Vida. Direção: Terrence Malick.

A Árvore da Vida demorou tanto tempo para sair que quase se tornou uma lenda. Malick ficou consagrado nos anos 70 ao realizar dois belíssimos trabalhos, Terra de Ninguém e Cinzas no Paraíso. Depois de vinte anos parado, voltou em 1998 com Além da Linha Vermelha, pelo qual foi indicado a melhor diretor, melhor roteiro e melhor filme. A Árvore da Vida está previsto para estrear no Festival de Cannes, em março, e já está sendo considerado como aposta certa entre os indicados ao Oscar 2012. O filme terá como protagonistas Brad Pitt e Sean Penn, dois nomes fortes que podem ter suas atuações lembradas também.


Os Homens que Não Amavam as Mulheres. Direção: David Fincher.

Para quem, como eu, ficou indignado com a derrota de Fincher na premiação deste ano, a espera por uma "compensação" pode nem durar muito. O novo trabalho do diretor, adaptação hollywoodiana do best seller de Stieg Larsson, chega ao cinemas no final de dezembro, época crucial para os possíveis candidatos. É de se esperar que, com o talento de Fincher por trás das câmeras, o filme seja melhor que a fraca versão do sueco Niels Arden Oplev. E  Rooney Mara, a paixão platônica de Mark Zuckerberg em A Rede Social, pode beliscar uma indicação a melhor atriz, já que ela passou por uma grande transformação física para viver a protagonista Lisbeth Salander (foto). Todos sabem o quanto a Academia adora essas coisas. No elenco também estão Daniel Craig e Stellan Skarsgard.


Super 8. Direção: J. J. Abrams.

Super 8 é a minha aposta para o espaço que parece reservado a "blockbusters inteligentes" e que foi ocupado por A Origem este ano e por Distrito 9 em 2010. O novo filme de J. J. Abrams (depois de Star Trek, que muita gente esperava que fosse lembrado em 2010 e acabou ignorado) ainda é muito misterioso, com apenas um teaser enigmático exibido no Super Bowl. A história parece ter extraterrestres, militares e crianças. Lembrou Spielberg? Pois é, ele é um dos produtores. E por falar nele...


War Horse. Direção: Steven Spielberg.

A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan. Ambos dirigidos por Spielberg. Ambos se passavam durante a Segunda Guerra Mundial. Ambos renderam a ele dois Oscars de direção, além de terem sido indicados a melhor filme (Schindler levou, Ryan perdeu). Pois agora ele volta a fazer um filme com uma guerra como pano de fundo. War Horse conta a história de Albert e seu cavalo, que é vendido à cavalaria do exército e enviado às trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Mesmo jovem para se alistar, Albert vai à França para resgatá-lo. O enredo tem tudo para emocionar a Academia e todos sabemos que Spielberg é mestre no assunto. O protagonista é o estreante Jeremy Irvine.


A Invenção de Hugo Cabret. Direção: Martin Scorsese.


Um filme infantil não parece se encaixar muito no Oscar. Mas este não é um filme infantil qualquer. É um filme infantil dirigido por Martin Scorsese. E a primeira incursão do diretor na tecnologia 3D. De qualquer forma, é uma aposta arriscada. Ajuda o fato de que lançamento do longa será em dezembro, época das premiações. E como a Pixar não parece vir com tanta força em 2011, a vaga que parece reservada a ela pode passar para este filme. O elenco é sensacional: Chloe Moretz, Jude Law, Christopher Lee, Ben Kingsley, Sacha Baron Cohen, Michael Stuhlbarg e Michael Pitt.


Young Adult. Direção: Jason Reitman.

Um escritor divorciado retorna a sua terra natal e reencontra uma antiga paixão, que agora está casada e possui uma família. A sinopse não entrega muita coisa. O que importa é que o filme é o retorno da parceria entre Reitman e a roteirista Diablo Cody, que já rendeu indicações (e prêmios) a Juno. Reitman parece ser um queridinho da Academia, tendo sido lembrado também por Amor Sem Escalas. Logo, não pode ser ignorado.


The Iron Lady. Direção: Phyllida Lloyd.

Assim que foi anunciado que Meryl Streep interpretaria a ex-primeira-ministra britânica Margareth Thatcher nesta biografia todo mundo já começou a falar em Oscar. Não é para menos. Deverá ser a 17ª indicação e ela pode voltar a ganhar o prêmio 19 anos depois de sua última vitória. O que pode atrapalhar é o fato do filme ser dirigido por Phyllida Lloyd, a mesma do terrível Mamma Mia!.



My Week With Marilyn. Direção: Simon Curtis.

Já que temos Meryl Streep como Margareth Tatcher, que tal Michelle Williams como Marilyn Monroe? A Academia adora interpretações de figuras históricas, então podemos esperar que Williams receba sua segunda indicação seguida a melhor atriz. E o filme também tem chances. Afinal, conta uma história real dos bastidores da indústria e de um ícone da cultura pop. O elenco também tem Kenneth Branagh, Judi Dench e Emma "Hermione" Watson. Ah, e o mais importante: a direção é de um inglês desconhecido e a produção executiva é dos irmãos Bob e Harvey Weinstein. Só eu tenho a sensação de dejà vu?


Like Crazy. Direção: Drake Doremus.

Like Crazy ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Sundance deste ano. E como os últimos anos têm mostrado, a Academia tem dado bastante atenção ao cinema independente. Basta ver que longas como Preciosa e Inverno da Alma também começaram o ano premiados em Sundance e acabaram no Oscar. Fiquem de olho também em Felicity Jones. Assim como Gabourey Sidibe e Jannifer Lawrence, ela pode beliscar uma indicação a melhor atriz por sua elogiada performance (também premiada).

Atualização (2/3): O The Playlist também fez uma lista com possíveis indicações a melhor ator/atriz. Alguns são os mesmos desse post, mas vale a pena dar uma olhada.

2 comentários:

  1. e o Brasil tem nenhum filme que tenha chance não?

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  2. Blog do jc,

    Falar em um filme brasileiro com chances é quase impossível. O Oscar é um prêmio norte-americano, que dá preferência aos filmes em língua inglesa. Raramente uma obra feita em outro país recebe destaque, a não ser que tenha chamado muita atenção durante o ano (como "Cidade de Deus"). Já em filme estrangeiro, depende muito do longa que for escolhido pela equipe de seleção, no segundo semestre. Além disso, tem que ser pré-selecionado pela Academia e finalmente indicado. Fica difícil prever.

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